FRELIMO nega acusações internas sobre compra de votos nas eleições internas, mas críticas intensificam-se
O partido FRELIMO voltou a ser alvo de polémica após o seu porta-voz, Pedro Guliche, negar publicamente as acusações feitas por Luís Mucave, membro da própria formação política. Durante a sua intervenção no programa Estado da Nação, transmitido pela MBC TV, Mucave denunciou alegados casos de compra de votos nas eleições internas para a escolha do pré-candidato à Presidência da República.
Apesar da gravidade das declarações, o porta-voz do partido classificou as denúncias como infundadas, tentando descredibilizar o membro e afastar qualquer suspeita de irregularidades no processo eleitoral interno. Contudo, a resposta oficial da FRELIMO gerou indignação em vários sectores da sociedade, que acusam o partido de tentar encobrir práticas anti-democráticas.
Críticos argumentam que esta não é a primeira vez que surgem indícios de manipulação de votos no seio da FRELIMO, e consideram a negação uma forma de perpetuar a falta de transparência que há muito caracteriza o processo interno do partido. Para muitos analistas, a postura da direcção revela um padrão preocupante: nega-se sistematicamente qualquer irregularidade, mesmo quando as denúncias partem do interior da própria organização.
"A tentativa de abafar estas revelações mostra um profundo desrespeito pelos princípios democráticos e pela vontade dos militantes", afirmou um analista político contactado pela nossa redacção, sublinhando que a FRELIMO parece mais interessada em manter o controlo absoluto do poder do que em garantir eleições livres e justas, mesmo dentro do seu próprio aparelho.
O silêncio ou a negação sistemática de práticas que comprometem a lisura do processo eleitoral interno não fazem mais do que manchar ainda mais a credibilidade do partido no poder. E enquanto os dirigentes insistem em ignorar os sinais de podridão interna, a confiança dos cidadãos e dos próprios militantes continua a deteriorar-se.
Tags
Política