A recente decisão de Moçambique de enviar tropas para apoiar a missão da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC) contra rebeldes na República Democrática do Congo (RDC) levanta questões sobre a presença contínua de militares ruandeses no território moçambicano.
A SADC tem vindo a intensificar os esforços para combater grupos insurgentes na RDC, alegadamente apoiados pelo Ruanda, o que gerou tensões na região. No entanto, ao mesmo tempo que Moçambique se junta à missão regional, mantém uma cooperação militar estreita com Ruanda, que tem presença no seu território desde 2021 para ajudar no combate ao terrorismo na província de Cabo Delgado.
Este cenário levanta dúvidas sobre a posição estratégica de Moçambique e a forma como equilibra as suas relações diplomáticas e militares na região. Enquanto a SADC vê o Ruanda como um ator que desestabiliza a RDC ao apoiar grupos armados, Moçambique continua a depender da assistência ruandesa para conter os ataques de insurgentes no norte do país.
A dualidade de alianças pode tornar-se um desafio para o governo moçambicano, que precisa de gerir as relações tanto com a SADC como com Ruanda. Resta saber até que ponto esta situação poderá afetar a cooperação regional e a luta conjunta contra o terrorismo e os conflitos armados em África.