FRELIMO RECUSA RESPONSABILIDADE E APONTA “BEBIDAS” COMO CAUSA DAS MANIFESTAÇÕES
A Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo) continua a evitar assumir qualquer responsabilidade pelas manifestações que marcaram o período pós-eleitoral no país. Apesar das críticas, o partido no poder opta por apontar novos culpados, afastando a hipótese de ligação a Venâncio Mondlane — anteriormente acusado — e atribuindo agora a origem dos protestos ao consumo de bebidas alcoólicas tradicionais.
Segundo o porta-voz da Frelimo, os jovens que participaram nos protestos estariam sob efeito de “Xivotchongo”, uma bebida espirituosa local. A declaração, para muitos, representa uma tentativa de desviar o foco dos problemas políticos e sociais que levaram milhares às ruas, transferindo a culpa para fatores externos de pouca relevância no debate central.
Analistas políticos e setores da sociedade civil criticam a postura do partido, acusando-o de ignorar as causas reais do descontentamento popular — como alegadas fraudes eleitorais, má governação e falta de respostas às necessidades da juventude — e de preferir narrativas que minimizam a gravidade da crise.