Um relatório divulgado pela plataforma eleitoral Decide revela que, entre 21 de outubro de 2024 e 16 de janeiro de 2025, pelo menos 315 pessoas morreram durante manifestações pós-eleitorais em Moçambique, com mais de 90% das vítimas atingidas por balas reais. Além disso, 730 pessoas ficaram feridas por disparos, intensificando o clima de tensão no país.
As manifestações foram convocadas pelo ex-candidato presidencial Venâncio Mondlane, que não reconhece os resultados das eleições gerais realizadas em 9 de outubro. Desde então, o país tem enfrentado protestos, paralisações e confrontos.
Distribuição das Mortes
Dos 315 mortos contabilizados, a maioria foi registrada em Maputo (111 vítimas) e Nampula (81 vítimas). Algumas pessoas foram atingidas fatalmente dentro de suas próprias casas, segundo o relatório.
O documento também detalha as causas das mortes:
91% por disparos com balas reais;
9% por outras razões, como atropelamentos, agressões físicas e inalação de gás lacrimogéneo.
Além disso, cerca de 6% das vítimas eram menores de idade, 3,1% mulheres e 4,7% agentes das Forças de Defesa e Segurança.
Monitoramento Eleitoral
A ONG responsável pelo relatório monitorou as eleições com uma equipe de 400 observadores, registrando as graves consequências sociais e humanas do período de contestação.
As manifestações continuam a acirrar o cenário político e social em Moçambique, com repercussões ainda incertas para o futuro do país.
Fonte:(DW)