Plano de Ação de Chapo para os Primeiros Cem Dias Ignora Temas Urgentes de Direitos Humanos
O plano de ação delineado por Chapo para os seus primeiros cem dias no cargo está a ser alvo de críticas severas por desconsiderar questões fundamentais relacionadas com os direitos humanos.
Segundo um relatório publicado pelo Centro para a Democracia e Direitos Humanos (CDD), o dirigente não fez qualquer referência à violência policial que, nos últimos tempos, resultou na morte de mais de 500 pessoas e deixou milhares de feridos. Além disso, o plano também omite qualquer menção ao massacre de reclusos ocorrido na Cadeia Central de Maputo, um episódio trágico protagonizado pelas forças de segurança.
Ativistas e organizações da sociedade civil alertam que a ausência destas temáticas no plano governativo reflete uma falta de compromisso com a justiça social e os direitos fundamentais da população. A repressão policial tem sido um tema recorrente no país, com múltiplas denúncias de abuso de poder e execuções extrajudiciais.
Os analistas políticos consideram que esta omissão poderá comprometer a credibilidade do novo governo, que deveria demonstrar maior sensibilidade e empenho na proteção dos direitos humanos. Enquanto isso, familiares das vítimas continuam a exigir justiça e responsabilização pelos atos de violência cometidos pelas autoridades.
Com este cenário, cresce a pressão para que o governo reveja a sua abordagem e inclua medidas concretas para combater a violência estatal, promovendo um Estado de direito onde a segurança pública não signifique repressão descontrolada.