O antigo Presidente da República, Armando Guebuza, voltou a pronunciar-se de forma contundente sobre o actual estado de governação em Moçambique, criticando o que considera ser um sistema que deixou de ouvir o povo e de atender às suas reais necessidades. Durante a sua intervenção num encontro sobre o Diálogo Nacional Inclusivo, actualmente em curso no país, Guebuza destacou a importância de se transformar este processo num verdadeiro momento de reconciliação e reflexão nacional.
Segundo o ex-chefe de Estado, o diálogo em curso deve ser aproveitado para corrigir os erros do passado, dar voz aos que durante anos foram silenciados e criar um ambiente de inclusão onde todas as opiniões tenham espaço. “Devemos aprender com as nossas falhas, ouvir aqueles que queriam falar mas não eram ouvidos. Só assim poderemos construir uma nação mais justa e coesa”, afirmou.
Guebuza não poupou críticas à actual governação, liderada pelo partido FRELIMO, do qual é membro histórico. Sublinhou que muitos dos problemas que o país enfrenta resultam da falta de escuta e de cumprimento do clamor popular, alertando que ignorar as preocupações da sociedade apenas agrava as tensões e mina a confiança nas instituições do Estado.
Para o ex-presidente, o Diálogo Nacional Inclusivo não deve ser apenas uma formalidade política, mas um processo genuíno de reconciliação nacional, capaz de aproximar as diferentes forças políticas, sociais e religiosas em torno de um objectivo comum: o bem-estar do povo moçambicano.
Com estas declarações, Armando Guebuza posiciona-se como uma voz de experiência e prudência num momento delicado da vida política nacional, lembrando que o futuro de Moçambique dependerá, acima de tudo, da capacidade de os seus líderes ouvirem e respeitarem a vontade popular.
