Património empresarial da família de Filipe Nyusi duplicou no último mandato
Um estudo do Centro de Integridade Pública (CIP), divulgado na passada quinta-feira, revela que o número de empresas detidas por membros da família do ex-Presidente da República de Moçambique, Filipe Nyusi, duplicou nos últimos cinco anos. De acordo com o relatório, o património empresarial da família passou de 14 empresas, em 2019, para 29 no final de setembro de 2024.
O estudo destaca que grande parte das novas empresas foram registadas como sociedades anónimas, o que pode indicar uma intenção de ocultar a identidade dos acionistas. Durante o segundo mandato de Filipe Nyusi, foram criadas 15 novas empresas associadas à sua família, entre as quais:
African Oracle Corporation, Lda
Ntandala Lodge-SA
Ntandala Eventos, SA
Uralphos Moçambique SA
Chitawaleza Safaris, SA
FBS-Logistics, SA
Daima Mining Mozambique-Manica 02, SA
Daima Mining Mozambique-Manica 03, SA
Daima Mining Mozambique-Manica 04, SA
Daima Mining Mozambique Gilé, SA
Rockworld Hotéis e Restaurantes, SA
Rockworld Investimentos, SA
Rockworld Energy
Rockworld Enterprises SGPS, SA
Rockworld Travel & Concierge
Aquisição de imóvel de luxo na África do Sul
O estudo do CIP também aponta que Filipe Nyusi adquiriu uma propriedade de luxo no bairro de Sandhurst, uma das zonas mais exclusivas de Joanesburgo, na África do Sul. O imóvel foi comprado por 17,5 milhões de rands, o equivalente a mais de 52,3 milhões de meticais.
A divulgação destas informações levanta questões sobre a origem dos fundos utilizados na expansão do património empresarial e pessoal da família do ex-chefe de Estado moçambicano. O CIP defende maior transparência e mecanismos de controlo sobre os bens e investimentos de figuras públicas para garantir que não existam conflitos de interesse ou enriquecimento ilícito.