Governo deverá afetar cerca de 70% do Orçamento do Estado de 2026 a despesas de funcionamento
Em 2026, o peso das despesas de funcionamento continuará a dominar as contas públicas. De acordo com projeções preliminares do Executivo, cerca de 70% do Orçamento do Estado será canalizado para o pagamento de salários da função pública, contratos de bens e serviços, manutenção de estruturas do Estado e outras necessidades operacionais essenciais ao funcionamento do país.
A previsão confirma uma tendência que tem marcado os últimos anos: a máquina estatal absorve a maior parte dos recursos disponíveis, deixando uma margem reduzida para investimento em infraestruturas, programas sociais ou iniciativas de desenvolvimento económico. Fontes ligadas ao processo orçamental admitem que o Estado continua dependente de um aparelho administrativo pesado, difícil de reformar e que consome a fatia mais significativa das receitas internas.
Especialistas alertam que esta configuração orçamental limita a capacidade de resposta a crises, trava reformas estruturais e mantém o país vulnerável a choques externos. Apesar disso, o Governo defende que os compromissos salariais e operacionais são inadiáveis e garantem a continuidade dos serviços públicos.
O debate sobre o equilíbrio entre despesas de funcionamento e investimento promete marcar as discussões parlamentares quando a proposta de Orçamento do Estado para 2026 for oficialmente apresentada. A expectativa recai sobre se haverá, ou não, espaço político e financeiro para inverter este quadro.
