O regresso de Filipe Nyusi a Moçambique poderá enfrentar sérias dificuldades, após a população da Guiné-Bissau ter adotado medidas rigorosas de bloqueio nos principais aeroportos do país. Fontes locais indicam que estas ações surgem num contexto de forte contestação popular, refletindo um descontentamento crescente em relação a interferências externas e à percepção de pressões políticas externas sobre os processos eleitorais no país.
Enquanto isso, organizações internacionais, incluindo a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) e a União Africana (UA), emitiram declarações apelando ao respeito pelos princípios democráticos e pela vontade expressa pelos eleitores da Guiné-Bissau. Em comunicado conjunto, destacaram que qualquer tentativa de condicionar o processo eleitoral ou de interferir na soberania do país comprometeria a estabilidade política da região e poderia gerar consequências diplomáticas sérias.
Observadores políticos afirmam que este episódio evidencia a crescente resistência da população guineense a influências externas, ao mesmo tempo que coloca Filipe Nyusi numa posição delicada, dado o histórico de relações entre Moçambique e a Guiné-Bissau. Analistas alertam ainda que o bloqueio nos aeroportos pode não ser apenas simbólico, podendo atrasar ou mesmo impedir deslocações oficiais, complicando agendas diplomáticas previstas para as próximas semanas.
O desenrolar desta situação será acompanhado de perto por líderes regionais e internacionais, já que o equilíbrio político na Guiné-Bissau é considerado crucial para a estabilidade da CPLP e das relações multilaterais no continente africano.
