Pela primeira vez, Portugal não será representado por um Chefe de Estado na cerimónia de posse de um Presidente de Moçambique.
Moçambique irá empossar amanhã, 15 de janeiro, o seu 5.º Presidente da República. Desde a adopção do multipartidarismo, em 1990, Portugal, país com uma relação histórica e próxima com Moçambique, sempre marcou presença nestes eventos com delegações de alto nível lideradas pelo Presidente da República.
A tradição iniciou-se em 1994, quando Joaquim Alberto Chissano tomou posse após as primeiras eleições multipartidárias. Nessa ocasião, o então Presidente Mário Soares representou Portugal.
Mais tarde, em 2005, foi a vez de Jorge Sampaio estar presente na cerimónia de posse de Armando Emílio Guebuza, o terceiro Presidente moçambicano. Em 2015, na chegada de Filipe Nyusi ao poder, Aníbal Cavaco Silva representou Portugal. Já em 2020, na posse para o segundo mandato de Nyusi, Marcelo Rebelo de Sousa, conhecido pelo seu carinho por Moçambique, liderou a delegação portuguesa.
Agora, com a investidura de Daniel Francisco Chapo como 5.º Presidente da República de Moçambique, a 15 de janeiro, Portugal optou por enviar Paulo Rangel, ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, em vez do Presidente da República. Esta decisão foi confirmada pela agência Lusa, citando fontes da Presidência portuguesa.
Esta é a primeira vez, na chamada "segunda república" moçambicana, que Portugal não será representado por um Chefe de Estado, o que tem gerado críticas tanto internas como externas, reflectindo o impacto das recentes crises políticas em Moçambique na reputação internacional do país.
#Fonte: MBC