A tensão dentro da Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO) intensificou-se esta semana, após o ex-presidente Armando Guebuza tecer duras críticas ao seu sucessor, Filipe Nyusi. O episódio ocorreu na quarta-feira, na sequência da ausência de Nyusi na assinatura de compromissos políticos fundamentais para o partido.
Guebuza, que liderou Moçambique entre 2005 e 2015, manifestou desagrado com a atitude do antigo chefe de Estado, acusando-o de demonstrar desinteresse pelos assuntos partidários desde que deixou a presidência. Segundo fontes internas da FRELIMO, a ausência de Nyusi na cerimónia foi interpretada como um sinal de afastamento e falta de compromisso com o futuro político do partido.
A situação tornou-se ainda mais tensa após o atual Presidente da República, Daniel Chapo, ter descartado um discurso previamente preparado por Filipe Nyusi. O gesto foi visto por analistas políticos como uma tentativa de marcar uma nova era dentro da FRELIMO, reduzindo a influência do ex-presidente no processo de tomada de decisões.
O episódio evidencia a crescente divisão no seio da FRELIMO, que enfrenta desafios internos relacionados com a sucessão de liderança e a definição de estratégias para as próximas eleições. Enquanto algumas figuras históricas do partido defendem a necessidade de manter a unidade, outras apontam para a urgência de uma renovação política para recuperar a confiança do eleitorado.
Este desenvolvimento surge num momento crítico para o partido, que continua a enfrentar pressões políticas e económicas, tanto a nível nacional como internacional. O impacto destas tensões internas poderá influenciar significativamente o cenário político moçambicano nos próximos meses.