Nyusi comparece ao Comité Central com segurança privada e transfere opositores para Chapo
Durante a mais recente sessão do Comité Central da FRELIMO, o Presidente Filipe Nyusi causou agitação ao comparecer acompanhado de um forte esquema de segurança privada, algo pouco habitual neste tipo de encontros políticos internos. Este gesto foi interpretado por muitos como uma demonstração de força e um claro sinal de que o líder ainda exerce influência decisiva nos corredores do poder do partido.
A chegada de Nyusi coincidiu com movimentos internos que tentavam forçar a convocação de um Congresso Extraordinário — uma manobra promovida por sectores descontentes com a actual liderança partidária. Contudo, essa tentativa acabou por não avançar, uma vez que os proponentes não conseguiram reunir apoio suficiente para concretizar a iniciativa.
Num discurso marcado por tom firme e recados implícitos, Nyusi declarou:
"Deixem o camarada Chapo exercer as suas funções... eu conheço bem pessoas que têm por hábito amarrar os outros."
A frase, carregada de simbolismo e suspeitas, foi entendida por analistas como uma crítica directa aos que procuram destabilizar a presidência de Chapo no partido, sugerindo que há elementos habituados a manipular e travar os avanços dos seus colegas.
A expressão “vender inimigos para Chapo” usada nos bastidores refere-se ao alegado apoio de Nyusi ao actual líder do partido, entregando-lhe de forma simbólica ou literal a lista dos seus detractores, permitindo-lhe neutralizar ameaças internas.
Fontes próximas ao Comité revelaram que os opositores a Chapo esperavam mais apoio interno para forçar mudanças, mas foram surpreendidos pela solidez da aliança entre o antigo e o actual líder. A ideia de um Congresso Extraordinário caiu por terra diante da ausência de consenso e da falta de força mobilizadora entre os contestatários.
Páginas 04 e 05 desta edição aprofundam os bastidores desta reunião tensa, os reais interesses por detrás dos movimentos internos e o futuro da liderança dentro da FRELIMO.