Escândalo das carteiras escolares abala elites moçambicanas
Empresa ligada a filhos de figuras políticas em Moçambique acumula dívida de mais de 300 milhões de meticais ao BCI. Decisão judicial reacende críticas à ligação entre poder político e justiça.
Um novo caso polémico envolvendo figuras de topo da política moçambicana voltou a chamar a atenção da opinião pública. Um despacho do Tribunal Judicial da Cidade de Maputo, datado de 26 de março mas apenas divulgado esta semana, determinou a execução judicial contra a empresa Luxoflex, o empresário Hipólito Michel Ribeiro Amad Ussene e a firma Mitra Energy, devido a uma dívida de cerca de 305 milhões de meticais junto do Banco Comercial e de Investimentos (BCI).
A Luxoflex, empresa do sector do mobiliário, está alegadamente associada a Claudia Nyusi, filha do antigo Presidente da República Filipe Nyusi, bem como à filha da actual presidente da Assembleia da República, Margarida Talapa, e à juíza Lúcia Ribeiro. O caso está a gerar um amplo debate sobre a alegada promiscuidade entre os círculos políticos e o sistema judicial em Moçambique.