Um indivíduo alegadamente identificado como líder do grupo paramilitar Naparamas foi detido na semana passada pelas autoridades policiais moçambicanas, após confrontos registados no posto administrativo de Mutuali, província de Nampula, que terão resultado na morte de pelo menos cinco membros do referido grupo, segundo a Polícia da República de Moçambique (PRM).
Durante o seu depoimento, o detido declarou ter sido aliciado a juntar-se ao grupo sob a promessa de emprego, alegadamente feita por representantes ligados ao político Venâncio Mondlane. O homem, cuja identidade permanece sob reserva por razões de segurança, afirmou ter recebido garantias de integração como agente das forças de defesa ou da polícia, caso aceitasse integrar os Naparamas.
“O delegado do partido de Venâncio Mondlane em Malema disse que precisava de jovens para integrarem as fileiras como militares de Venâncio. Aceitámos e ele pediu-nos para procurarmos um curandeiro, como parte de um ritual tradicional necessário para nos tornarmos Naparamas. Fomos convencidos e acabámos por acreditar na promessa de emprego”, relatou o suspeito.
A equipa de Venâncio Mondlane, por sua vez, rejeita categoricamente qualquer ligação ao grupo paramilitar ou a actividades de recrutamento ilegais, alegando tratar-se de uma tentativa de difamação político.