Um empresário do sector farmacêutico decidiu encerrar voluntariamente a sua farmácia no distrito de Eráti, na província de Nampula, alegando estar a ser alvo de pressões políticas exercidas pelo partido no poder, a FRELIMO. A decisão, que está a gerar reacções diversas na comunidade local, foi interpretada pelo proprietário como um gesto de protesto face àquilo que classificou como tentativas de coacção por parte das estruturas locais do partido.
De acordo com relatos recolhidos junto de habitantes da vila de Namapa, sede do distrito de Eráti, o Comité Distrital da FRELIMO terá abordado o empresário solicitando contribuições de natureza financeira, bem como o fornecimento de bens alimentares, alegadamente para apoiar actividades partidárias. Fontes indicam que, perante a recusa em satisfazer tais exigências, o empresário terá começado a enfrentar um clima de hostilidade e intimidação, que acabou por culminar na decisão de encerrar o seu estabelecimento.
Contactado por fontes locais, o dono da farmácia expressou o seu descontentamento com o que considera ser uma interferência indevida na actividade económica privada e uma tentativa de instrumentalização política de empresários locais. “Não posso continuar a operar num ambiente onde sou pressionado a contribuir para fins políticos, sob pena de retaliações”, terá afirmado.
O encerramento da farmácia está a causar alguma preocupação entre os residentes de Eráti, que temem pela redução do acesso a medicamentos e outros produtos de saúde. Trata-se de um dos poucos estabelecimentos farmacêuticos na zona, desempenhando um papel crucial no atendimento às necessidades básicas da população local.
Até ao momento, não houve qualquer reacção oficial por parte da FRELIMO em relação ao caso. No entanto, vozes da sociedade civil apelam a uma separação clara entre actividades partidárias e o funcionamento da economia local, sublinhando a importância de se garantir um ambiente de negócios livre e sem interferências de cariz político.