Governo gasta milhões em papel higiénico enquanto mais de 100 mil alunos estudam em salas degradadas na Zambézia
Apesar dos exorbitantes 30 milhões de dólares anuais que o governo destina à importação de papel higiénico, mais de duas mil salas de aula continuam a degradar-se na província da Zambézia, onde mais de 100 mil alunos são obrigados a estudar em condições profundamente indignas.
As salas em questão pertencem a escolas construídas com materiais rudimentares e estão, há anos, à espera de reabilitação. A situação foi exposta na primeira reunião de coordenação do sector da Educação com os representantes distritais, onde ficou evidente o abandono a que está votado o sistema de ensino em várias regiões do país.
A indignação cresce entre professores e encarregados de educação, que questionam como é possível justificar gastos tão elevados com produtos supérfluos, enquanto as crianças continuam a aprender em edifícios sem condições mínimas de segurança e higiene.
Esta situação revela não apenas uma chocante insensibilidade por parte das autoridades, mas também uma gestão pública profundamente desajustada às reais necessidades da população. Num país onde a educação deveria ser prioridade, é inaceitável que o investimento continue a privilegiar o supérfluo em detrimento do essencial.