Fugitivo entrega-se à Procuradoria-Geral da República e denuncia alegadas tentativas de assassinato por membros da administração local
Maputo – Manecas Daniel, cidadão moçambicano que se encontrava desaparecido há várias semanas e considerado foragido pelas autoridades, apresentou-se recentemente de forma voluntária às instalações da Procuradoria-Geral da República (PGR), em Maputo, onde prestou declarações que estão a causar forte agitação no seio da opinião pública e das estruturas administrativas.
Durante a sua audição, Manecas Daniel fez sérias acusações contra figuras influentes ligadas à governação local, nomeadamente Albino Forquilha e vários membros da Comissão Administrativa do Distrito (CAD). Segundo as suas declarações, estes indivíduos estarão alegadamente envolvidos numa conspiração para o “eliminar fisicamente”, com o objectivo de o silenciar.
De acordo com o próprio, as tentativas de atentado à sua vida teriam sido motivadas por informações sensíveis que detém sobre actos de corrupção, má gestão de fundos públicos e tráfico de influências dentro da CAD. Manecas afirma que desde que tentou denunciar essas práticas, passou a ser alvo de perseguições, intimidações e ameaças constantes, que o levaram a esconder-se por medo de represálias.
"Fugi para proteger a minha vida. Não estava a fugir da justiça, mas sim de pessoas que ocupam cargos públicos e que, por trás dos gabinetes, são capazes de tudo para manter o poder e encobrir crimes", afirmou Daniel perante as autoridades.
A Procuradoria-Geral da República, até ao momento, ainda não se pronunciou oficialmente sobre as acusações. No entanto, fontes próximas ao processo garantem que será iniciada uma avaliação preliminar das denúncias, podendo, caso se confirmem os indícios, ser aberta uma investigação formal contra os envolvidos.
A gravidade das revelações de Manecas Daniel já começou a gerar reacções em diversos sectores da sociedade civil moçambicana. Organizações não-governamentais que actuam na área da transparência e direitos humanos exigem que o caso seja tratado com seriedade e celeridade, e que sejam dadas garantias de segurança ao denunciante.
Por outro lado, os nomes mencionados por Daniel, incluindo o de Albino Forquilha, ainda não emitiram qualquer declaração pública sobre o assunto. O silêncio das partes visadas tem sido interpretado por alguns como uma tentativa de ganhar tempo enquanto se preparam respostas jurídicas e políticas.
Este caso poderá vir a marcar um novo capítulo na luta contra a corrupção e a impunidade em Moçambique, se for tratado com o devido rigor e imparcialidade. A sociedade aguarda agora pelos próximos desenvolvimentos com expectativa, exigindo verdade e justiça.
Fonte:fred show