Numa nova vaga de revelações chocantes, surgem informações que podem abalar profundamente as estruturas do poder em Moçambique. De acordo com fontes próximas às investigações e testemunhos que circulam em meios alternativos de comunicação, os agentes da SERNIC recentemente assassinados teriam sido alvo de uma execução premeditada por se oporem a ordens superiores obscuras.
Segundo estas revelações, os agentes estavam na posse de informações altamente sensíveis sobre uma alegada rede de sequestros operada por figuras influentes do país, incluindo indivíduos supostamente ligados à elite política e empresarial. Essa teia criminosa, segundo consta, funcionaria com proteção ao mais alto nível e os agentes assassinados teriam ameaçado expor tais ligações perigosas.
Contudo, a situação teria escalado dramaticamente quando os mesmos agentes recusaram uma missão fora dos limites legais e morais: o assassinato do político Venâncio Mondlane, ex-candidato à Presidência da República e uma das vozes mais firmes contra a corrupção e a má governação em Moçambique.
As fontes afirmam que os agentes, em vida, tinham grande respeito pelo trabalho político e social de Mondlane, considerando-o um homem íntegro e comprometido com a mudança real no país.
Essa admiração terá sido determinante para que rejeitassem qualquer participação num plano para silenciá-lo.
A recusa dos agentes, segundo se diz, selou o seu destino. Foram considerados uma ameaça, não só por aquilo que sabiam, mas também pela sua fidelidade aos princípios de justiça.
Terão sido assassinados em circunstâncias ainda pouco claras, num suposto esforço de limpar rastos e proteger interesses obscuros.
Estas denúncias reacendem o debate sobre o nível de controlo e de intimidação exercido por certos sectores do poder e colocam, mais uma vez, a FRELIMO sob os holofotes.
A falta de esclarecimentos oficiais apenas alimenta o clima de desconfiança e inquietação na sociedade.
Várias organizações da sociedade civil e ativistas já pediram uma investigação independente, com observadores internacionais, para apurar as circunstâncias da morte destes agentes e as alegadas ordens para executar Venâncio Mondlane.
A sombra da impunidade parece, mais uma vez, pairar sobre Moçambique — mas as vozes que se recusam a calar mostram que a verdade, mesmo perseguida, continua viva.