VM7 DENUNCIA PERSEGUIÇÃO POLÍTICA E QUESTIONA CREDIBILIDADE DA PGR
Maputo – A Procuradoria-Geral da República (PGR) volta a estar no centro das atenções, desta vez acusada de estar a usar o aparelho judicial como instrumento de repressão política. As críticas surgem após VM7, conhecido activista e figura da oposição, contestar publicamente as acusações que lhe são dirigidas pelo procurador Américo Lutela.
Segundo VM7, o processo que enfrenta carece de fundamentos legais e assenta numa narrativa frágil, sustentada por alegações sem provas consistentes. Para o visado, trata-se de uma manobra bem calculada, com objectivos políticos camuflados sob o manto da legalidade.
"As acusações são infundadas e fazem parte de uma campanha de intimidação contra vozes incómodas ao sistema", afirmou VM7, acrescentando que a justiça moçambicana tem falhado no seu dever de imparcialidade.
O caso levanta sérias preocupações sobre a actuação da PGR, que, segundo o denunciado, mostra um padrão de comportamento selectivo: persegue críticos do governo enquanto fecha os olhos a alegadas irregularidades cometidas por figuras próximas ao poder.
Num país onde o Estado de Direito ainda luta por se afirmar plenamente, episódios como este colocam em xeque a independência das instituições e alimentam a percepção pública de que a justiça serve, muitas vezes, como extensão dos interesses políticos dominantes.
A falta de transparência, o silêncio institucional diante de críticas legítimas e o uso repetido de processos duvidosos contra opositores levantam dúvidas sobre o verdadeiro papel do Ministério Público num sistema que se quer democrático.
Para muitos observadores, a pergunta que paira no ar é clara: estará a justiça moçambicana a cumprir o seu papel constitucional ou a encenar um teatro onde o desfecho já está escrito?