Quitéria Guirengane denuncia perseguição de jovens por esquadrões da morte ligados ao regime
A activista social e defensora dos direitos humanos, Quitéria Guirengane, voltou a lançar um alerta público, denunciando aquilo que considera ser uma nova vaga de perseguições orquestradas pelo regime. Segundo a activista, esquadrões da morte estão novamente a actuar em diferentes bairros, visando sobretudo jovens que participaram nas recentes manifestações contra o governo.
Quitéria Guirengane afirmou que tem recebido informações credíveis de que secretários de bairros estão a colaborar com forças estatais e grupos organizados, recolhendo dados pessoais e identificando os jovens que se manifestaram. Estes jovens, segundo as denúncias, acabam por ser alvo de intimidações, detenções arbitrárias e, em alguns casos, desaparecimentos forçados.
A activista sublinhou que este tipo de acções não só viola os direitos fundamentais consagrados na Constituição, como também ameaça gravemente a liberdade de expressão e de associação em Moçambique. “Estamos perante uma tentativa clara de silenciar a juventude e de impor o medo como forma de controlo social”, declarou.
Organizações da sociedade civil já começaram a manifestar preocupação com a gravidade das acusações, apelando às autoridades para que esclareçam a situação e garantam a segurança dos cidadãos. Guirengane pediu ainda à comunidade internacional que mantenha a atenção sobre Moçambique, alertando que a impunidade poderá agravar o clima de tensão política e social no país.
Nos últimos meses, registaram-se várias manifestações em diferentes províncias, motivadas pela crise económica, alegados actos de corrupção e contestação à governação actual. Os relatos de repressão violenta por parte das forças de segurança têm sido recorrentes, e as declarações de Quitéria Guirengane vêm reforçar as preocupações sobre o ressurgimento de práticas de perseguição política no país.