Governo pede paciência aos professores, mas admite que pagamento das horas extras está condicionado à resolução de funcionários fantasmas
A Ministra da Educação e Cultura, Samira Tovela, apelou recentemente à compreensão e paciência dos professores em relação ao atraso no pagamento das horas extras, reconhecendo as preocupações e frustrações do setor docente. Segundo a governante, o Executivo está a trabalhar para encontrar soluções sustentáveis que garantam o pagamento justo de todos os educadores, mas pediu “calma e colaboração” enquanto o processo decorre.
Contudo, esta declaração surge em contraste com a posição assumida por outras vozes no próprio Governo, que afirmam que os pagamentos das horas extras não serão efectuados antes de se concluir a verificação dos chamados “funcionários fantasmas”uma operação em curso para eliminar das folhas salariais pessoas que recebem vencimentos sem exercer funções reais.
Esta contradição entre o apelo da Ministra e a posição do Executivo cria incerteza entre os professores, que há meses aguardam o pagamento de valores referentes a trabalho suplementar. Muitos profissionais da educação consideram que o Governo está a usar o combate aos funcionários fantasmas como argumento para atrasar compromissos salariais legítimos.
Sindicatos do setor da educação também já reagiram, exigindo transparência e coerência nas comunicações oficiais. “Não podemos continuar a trabalhar com promessas. O Governo tem de clarificar se há ou não dinheiro para pagar as horas extras. Não é justo misturar problemas administrativos com direitos laborais”, afirmou um representante sindical.
Enquanto isso, cresce o descontentamento nas escolas, onde professores alegam sentir-se desvalorizados e desmotivados, apontando o dedo à falta de clareza do Executivo. A expectativa é de que, nas próximas semanas, o Ministério das Finanças e o da Educação apresentem uma solução conjunta para resolver o impasse que ameaça agravar o mal-estar entre os profissionais do ensino.