Sanitário de 5 milhões de dólares gera nova polémica: Manhique acusa Município de Maputo de explorar cidadãos para satisfazer interesses externos
O custo de um sanitário público avaliado em cerca de cinco milhões de dólares reacendeu um forte debate sobre gestão financeira e prioridades municipais na capital moçambicana. Inocêncio Manhiça, uma das vozes mais críticas da governação local, acusa o Município de Maputo de estar a “esvaziar os bolsos dos cidadãos” para alimentar aquilo que descreve como compromissos assumidos com “agiotas internacionais”.
Segundo Manhiça, o valor investido na construção desta infraestrutura é “totalmente desproporcional”, sugerindo que o projecto está envolto em decisões pouco transparentes, com possíveis sobrecustos deliberados. Para o crítico, a justificação oficial do Município não convence e deixa “claras indicações de que o dinheiro público está a ser desviado sob pretextos duvidosos”.
O caso tem causado indignação entre residentes que questionam a pertinência de investimentos desta dimensão num único sanitário, sobretudo quando a cidade enfrenta problemas crónicos como a falta de água potável, saneamento deficiente, buracos nas vias públicas e recolha irregular de resíduos.
Analistas locais afirmam que iniciativas municipais deveriam priorizar obras com impacto directo na qualidade de vida da população, e que montantes tão elevados exigem auditorias independentes. A polémica promete intensificar o escrutínio sobre os processos de contratação pública e sobre a forma como os fundos municipais estão a ser administrados.
O Município de Maputo ainda não apresentou um detalhamento técnico que justifique o custo final da obra, alimentando a desconfiança pública e colocando pressão acrescida sobre as autoridades locais. Entretanto, organizações da sociedade civil já pediram esclarecimentos formais e defendem que o caso seja investigado por órgãos de controlo financeiro.
O episódio soma-se a outras críticas recentes sobre alegada má gestão dos recursos municipais, aumentando o debate sobre transparência e responsabilidade na administração da capital.
