Militantes da RENAMO em Maputo Contestam Liderança de Ossufo Momade com Protesto Simbólico
A delegação provincial da RENAMO em Maputo protagonizou, nas últimas horas, um protesto invulgar e carregado de simbolismo político:
vários membros queimaram publicamente uma camisa alusiva a Ossufo Momade, manifestando descontentamento profundo com a actual liderança do partido.
Os militantes afirmam que a figura de Afonso Dhlakama — líder histórico da RENAMO, falecido em 2018 — continua a representar, para muitos, um ideal de determinação e coerência política que consideram ausente na actuação de Momade. Entre gritos de revolta, os participantes alegaram que Dhlakama “faz muita falta” ao partido e que a sua memória permanece como referência de unidade interna.
As críticas dirigidas a Ossufo Momade foram particularmente duras, com alguns membros a acusarem-no de má gestão, falta de visão estratégica e alegada prática de actos que, segundo eles, fragilizam a credibilidade da organização. Os contestatários descrevem-no mesmo como “o pior caso de corrupção da história do partido”, acusação que ilustra a dimensão da ruptura interna.
Este episódio expõe, mais uma vez, as tensões que têm marcado a RENAMO ao longo dos últimos anos, num contexto em que várias estruturas regionais e membros influentes têm vindo a exigir mudanças profundas ou mesmo a substituição da actual liderança. O ambiente político dentro do maior partido da oposição moçambicana mostra-se, assim, cada vez mais fragmentado, com impacto directo na sua capacidade de mobilização e coesão.
A direcção nacional da RENAMO ainda não reagiu oficialmente ao protesto, mas a pressão interna intensifica-se, alimentando dúvidas sobre o futuro de Ossufo Momade e sobre o rumo que o partido irá tomar num cenário marcado por divisões abertas e disputas pela legitimidade.
