Ossufo Momade intensifica a remoção de representantes municipais que, apesar de terem sido eleitos nas listas do seu partido, se mostram desalinhados com a sua liderança.
A movimentação política tem-se feito sentir em vários pontos do país, mas ganha particular destaque na província de Maputo, onde a Assembleia Municipal da Matola registou um dos episódios mais duros desta ofensiva interna.
Segundo informações confirmadas por fontes próximas às estruturas locais, nove membros da Assembleia Municipal da Matola foram afastados das suas funções num curto espaço de tempo. As substituições têm sido justificadas pela direcção do partido como uma “necessidade de garantir coesão interna” e de assegurar que os representantes municipais actuem de acordo com a orientação política definida pela liderança nacional.
Nos bastidores, porém, cresce o descontentamento e a sensação de que a medida visa sobretudo silenciar vozes críticas e reforçar o controlo pessoal de Ossufo Momade sobre o aparelho partidário. Militantes dizem que a chamada “vassoura”, expressão que já se tornou comum entre quadros do partido, não está a ser usada para disciplinar, mas para eliminar qualquer figura que possa disputar espaço interno ou contestar decisões do líder.
A onda de afastamentos tem provocado instabilidade nos municípios, com alguns órgãos locais a funcionarem com equipas renovadas e ainda pouco articuladas. Observadores políticos alertam que este tipo de purga interna pode fragilizar a capacidade organizativa do partido num momento em que se prepara para futuros ciclos eleitorais.
Enquanto isso, a pressão continua a crescer em outras assembleias municipais, onde mais membros temem ser os próximos alvos da estratégia de Ossufo Momade, criando um ambiente de tensão que ameaça prolongar-se pelos próximos meses.
