ANAPRO Pressiona Governo e Exige Demissão da Ministra Após Caos nos Exames da 9.ª Classe
A Associação Nacional dos Professores (ANAPRO) elevou o tom e tornou pública uma contestação que vinha a crescer silenciosamente dentro das escolas: a exigência imediata da demissão da ministra da Educação, após o escândalo que abalou os exames da 9.ª classe em todo o país.
Para a organização, o episódio não é um simples erro operacional, mas a prova final de que a actual liderança do sector perdeu controlo, rigor e autoridade.
Segundo a ANAPRO, a sucessão de falhas que culminou na fuga de conteúdos e no consequente cancelamento parcial das provas expõe uma gestão que insiste em reagir tarde, mal e de forma incompleta. A associação considera inaceitável que o Ministério tenha optado por anular apenas alguns exames, numa tentativa evidente de limitar danos políticos, ao invés de assumir a verdadeira dimensão do problema e proceder à anulação total das avaliações.
Dirigentes da ANAPRO afirmam que o Ministério está há demasiado tempo a ignorar alertas internos sobre fragilidades no sistema de exames nacionais, incluindo falhas de segurança, falta de controlo sobre as impressões e transporte das provas e ausência de mecanismos de fiscalização robustos. Para os professores, nada disto poderia surpreender uma liderança atenta — o que, no seu entender, não é o caso.
A associação lembra que este episódio surge num contexto já marcado por desorganização estrutural: escolas sem materiais, calendários alterados repetidamente, atrasos nas remunerações e uma incapacidade recorrente de garantir estabilidade ao processo de ensino-aprendizagem. Para muitos docentes, o escândalo dos exames foi apenas “a gota de água”.
A ANAPRO acusa ainda o Ministério de falhar na transparência. A informação divulgada publicamente, dizem, é insuficiente e não esclarece como foi possível tamanha quebra de segurança nem quais serão as consequências para os responsáveis directos. Para os professores, não há condições políticas nem éticas para que a actual equipa continue à frente do sector.
Com esta posição, a organização pretende mobilizar todas as delegações provinciais para pressionar o Governo a agir rapidamente. A ANAPRO garante que não recuará até que seja feita uma reorganização profunda do Ministério e que se estabeleçam mecanismos claros de responsabilização.
Enquanto isso, milhares de alunos e encarregados de educação permanecem em incerteza, aguardando decisões definitivas sobre o destino do ano lectivo — decisões que, segundo os professores, já deveriam ter sido tomadas por uma liderança competente e preparada.
A crise nos exames transformou-se agora num teste político, e a ANAPRO fez questão de deixar claro que considera a actual ministra incapaz de o superar. O debate promete intensificar-se nos próximos dias, à medida que o país exige respostas e, sobretudo, responsabilidade.
