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Em declarações exclusivas à DW, Venâncio Mondlane, antigo candidato presidencial moçambicano, teceu duras críticas ao recém-eleito Presidente de Moçambique, Daniel Chapo. Mondlane acusou Chapo de agir em desacordo com os princípios estabelecidos na Constituição do país, considerando que os "erros" cometidos pelo novo líder não são isolados, mas refletem um padrão de práticas históricas da Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO).
Segundo o político, as ações do novo Presidente indicam uma continuidade das políticas que têm sido amplamente contestadas ao longo dos anos. "Os erros do Presidente Chapo são os mesmos que a FRELIMO vem cometendo há décadas. Eles não só desrespeitam a Constituição como também traem a confiança do povo moçambicano", afirmou Mondlane.
O ex-candidato foi ainda mais longe ao acusar as autoridades de desrespeitar o eleitorado ao abordar a questão de um suposto acordo político. "Quando falam em acordo, estão a brincar com o povo. Não podemos aceitar que a vontade dos cidadãos seja manipulada desta forma", afirmou.
Mondlane reiterou o seu compromisso em combater aquilo que classifica como "injustiça eleitoral" e anunciou a intenção de estabelecer um "governo sombra" como estratégia para fiscalizar e contestar as políticas do atual Governo. "A luta contra a injustiça não é apenas uma questão política, mas uma obrigação moral para assegurar que a democracia prevaleça em Moçambique", concluiu.
A oposição no país continua a levantar preocupações sobre a transparência e legitimidade das eleições, num contexto em que a FRELIMO, no poder desde a independência, enfrenta críticas crescentes sobre alegações de abuso de poder e falta de abertura ao diálogo político.