Frelimo sem adversários à altura no actual xadrez político moçambicano
A paisagem política moçambicana parece, neste momento, cada vez mais dominada pela Frelimo, com os partidos da oposição a atravessarem um período de fragilidade e desorganização.
O movimento liderado por Venâncio Mondlane, conhecido como VM7, perdeu força significativamente. Trata-se de uma estrutura sem bases formais, cuja desmobilização era previsível com o tempo. O gesto simbólico de aperto de mão entre Mondlane e Daniel Chapo foi interpretado por muitos como o ponto final da sua resistência política activa. Hoje, Mondlane encontra-se sem margem de manobra para mobilizar os seus apoiantes numa eventual contestação.
A Renamo, por sua vez, continua a enfrentar dificuldades internas. Desorganizada e com um líder pouco presente, Ossufo Momade, o partido mostra-se incapaz de fazer frente à hegemonia da Frelimo. Quando presente, Momade pouco ou nada altera no equilíbrio de forças. Esta fragilidade tem alimentado críticas internas, inclusive questionando o seu alinhamento tácito com o partido no poder.
Outro partido que levanta suspeitas quanto à sua independência é o Podemos. Embora actualmente se destaque como a maior força da oposição, o seu futuro político é incerto, sobretudo depois do afastamento da sua base eleitoral. A sua ligação próxima à Frelimo tem gerado desconfiança sobre a sua verdadeira posição no espectro político.
O Movimento Democrático de Moçambique (MDM) também enfrenta desafios. A morte do seu fundador, Daviz Simango, deixou o partido sem liderança forte e sem sinais de renovação ou crescimento.
Já o partido Lutero, associado ao irmão de Daviz Simango, carece de capital político e não tem conseguido afirmar-se de forma significativa.
O actual cenário evidencia uma oposição fragmentada e sem capacidade efectiva de contrariar a influência da Frelimo, que se mantém firmemente no controlo do poder político em Moçambique.
Fonte: Justiça Nacional