Venâncio Mondlane acusa Procuradoria-Geral moçambicana de o querer responsabilizar isoladamente pela crise pós-eleitoral
Maputo, 27 de Junho – O político moçambicano Venâncio Mondlane denunciou hoje que está a ser alvo de mais de três dezenas de processos judiciais, todos relacionados com os protestos e episódios de contestação que eclodiram após as eleições gerais realizadas a 9 de Outubro do ano passado.
À chegada à Procuradoria-Geral da República (PGR), Mondlane acusou a instituição de procurar, de forma deliberada, concentrar nele toda a responsabilidade pela instabilidade vivida no país no rescaldo do sufrágio.
> “Parece haver um esforço desesperado para reunir qualquer elemento que me possa incriminar isoladamente. A crise que o país enfrentou teve múltiplas causas: envolveram-se órgãos judiciais, entidades eleitorais e até a actuação das forças policiais", declarou Mondlane à agência Lusa.
O dirigente político sublinhou que a PGR, na qualidade de entidade fiscalizadora da legalidade, deveria investigar de forma abrangente todos os acontecimentos que marcaram os meses de tensão e protesto contra os resultados eleitorais, os quais terão provocado a morte de cerca de 400 pessoas e deixado um rasto de destruição em várias regiões do país.
Mondlane defendeu ainda que a actual conjuntura exige uma abordagem abrangente, que considere todos os factores envolvidos, em vez de uma tentativa de atribuição de culpas de forma individualizada.