O director do Centro de Integridade Pública (CIP), Edson Cortez, lançou duras críticas à FRELIMO, acusando o partido no poder de continuar a iludir o povo e de recusar mudanças significativas rumo à reconciliação nacional.
Segundo Cortez, "a FRELIMO ainda não compreendeu que não é possível manter a mentira para sempre.
O povo já percebeu que está a ser enganado e que não existe qualquer vontade real de implementar reformas que conduzam a uma reconciliação genuína no país."
O activista alerta que a sociedade civil e os cidadãos estão atentos, "com o calendário na mão", à espera do dia em que Moçambique finalmente abrace a reconciliação.
Para Cortez, a manutenção de conflitos serve apenas para proteger os interesses das elites, permitindo-lhes consolidar poder e controlar recursos nacionais — uma realidade que, segundo afirma, o povo também já entendeu.
No entanto, adverte que esta estratégia tem um custo elevado: “Significa vidas humanas perdidas e o agravamento da pobreza entre os moçambicanos.”
Cortez defende que o verdadeiro processo de reconciliação exige uma redistribuição do poder e a responsabilização dos que abusam dele — algo que pode abalar os privilégios de quem sempre beneficiou do sistema actual.
Ainda assim, sustenta que apenas uma reconciliação real poderá restaurar a confiança do povo no contrato social e melhorar a imagem de Moçambique a nível internacional.
“Precisamos de líderes com coragem para afirmar: ‘Mesmo que as mudanças me afectem, é necessário reformar’. A liderança ética e séria não mente ao seu povo”, concluiu Cortez.