Maputo, Moçambique – O político moçambicano Dinis Tivane reagiu publicamente esta semana após declarações do Presidente da República, Daniel Chapo, que negou qualquer possibilidade de entendimento ou diálogo com o líder político Venâncio Mondlane. A posição do Chefe de Estado tem gerado forte controvérsia no cenário político nacional, sendo considerada por vários sectores como um retrocesso nos esforços de reconciliação e estabilidade democrática.
Numa intervenção firme e crítica, Dinis Tivane lamentou o posicionamento do Presidente, considerando-o "intransigente e antidemocrático". Segundo Tivane, recusar um entendimento com Mondlane — uma das figuras mais populares da oposição e amplamente reconhecido pelo eleitorado moçambicano — demonstra uma postura autoritária que ameaça a coesão nacional.
> "Num momento em que o país atravessa uma crise política grave e as instituições democráticas são colocadas em causa, era de se esperar do Presidente da República uma abertura ao diálogo com todas as forças políticas. Negar esse entendimento é negar a vontade do povo," afirmou Tivane, durante uma conferência de imprensa em Maputo.
O analista político também alertou para os riscos que esta rejeição pode acarretar, apontando que o bloqueio sistemático ao diálogo pode resultar num agravamento das tensões políticas e sociais no país. Para Dinis Tivane, a recusa em conversar com Venâncio Mondlane é sintomática de um governo que teme enfrentar a legitimidade popular nas urnas.
> "Venâncio Mondlane é uma expressão viva do voto popular. O seu reconhecimento por parte de vários sectores nacionais e internacionais não pode ser simplesmente ignorado por quem exerce funções públicas em nome de todos os moçambicanos," sublinhou.
Tivane apelou ainda à comunidade internacional e às instituições regionais para que intervenham no sentido de encorajar um ambiente de diálogo inclusivo, como forma de preservar a paz, a democracia e o Estado de Direito em Moçambique.
A postura de Chapo continua a ser alvo de críticas tanto dentro como fora do país, numa altura em que crescem os apelos para uma reconciliação nacional. A ausência de sinais claros de abertura por parte do Governo preocupa organizações da sociedade civil, partidos da oposição e observadores internacionais que acompanham de perto a situação política em Moçambique.