Militar Denuncia Forte Contingência em Mavalane Para Travar Recepção a Venâncio Mondlane
Um militar que pediu anonimato denunciou a existência de uma forte operação policial no Aeroporto Internacional de Mavalane, em Maputo, alegadamente montada para impedir ou condicionar a recepção popular a Venâncio Mondlane, político aclamado por muitos como o “presidente do povo”.
De acordo com a denúncia, há polícias em praticamente todos os acessos do aeroporto, transformando o terminal num verdadeiro quartel. A medida, longe de transmitir segurança, está a ser interpretada como um acto de medo do regime, que parece incapaz de lidar com a popularidade crescente de Mondlane.
As críticas não tardaram. Se, como tantas vezes afirmam as autoridades, Mondlane não vai governar nem representa ameaça, por que razão mobilizar meios policiais, logística e até uma possível escolta para a sua chegada? A contradição é evidente e mostra um Estado que, em vez de transmitir confiança, demonstra fragilidade e nervosismo perante a vontade popular.
Analistas sublinham que esta postura confirma o défice democrático do país. Em vez de respeitar a liberdade de expressão e a manifestação pacífica dos cidadãos, o governo insiste em gastar recursos públicos em operações de intimidação. Enquanto isso, problemas como o desemprego, a pobreza e a corrupção continuam sem resposta eficaz.
Nas ruas e nas redes sociais, cresce a revolta. A ironia é usada como forma de protesto. “Se Mondlane não vai governar, porque incomoda tanto? Não seria melhor orarem para que Jesus não volte, do que gastarem dinheiro do povo para impedir aplausos?”, escreveu um utilizador indignado.
A chegada de Venâncio Mondlane, prevista para amanhã, promete transformar Mavalane num palco de tensão política. O que deveria ser um momento pacífico de recepção popular pode converter-se em mais um episódio de repressão, revelando o abismo que separa o governo dos cidadãos.
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