O político António Muchanga lançou duras críticas ao Presidente da República, Daniel Chapo, ao afirmar que o chefe de Estado arrisca-se a perder a confiança e o respeito dos jovens caso insista em conduzir o chamado Diálogo Nacional Inclusivo sem a participação de Venâncio Mondlane.
De acordo com Muchanga, Mondlane representa uma voz incontornável para a juventude moçambicana e, sem ele, qualquer iniciativa de reconciliação ou de construção de consensos perderá legitimidade. “Se Venâncio Mondlane não estiver à mesa do diálogo, a juventude deixará de acreditar neste processo e, sobretudo, no Presidente da República. Os jovens já demonstraram quem realmente os inspira e quais são as ideias que querem ver aplicadas”, afirmou.
O político foi ainda mais longe ao acusar Daniel Chapo de estar a ignorar a realidade social e política do país. Segundo Muchanga, “não basta anunciar programas, nem repetir promessas que já cansaram o povo. O que o país exige é um verdadeiro compromisso com mudanças concretas, e isso só será possível se Chapo tiver a coragem de abrir espaço para as ideias de Venâncio Mondlane”.
Na sua análise, o governo corre o risco de perpetuar a divisão nacional caso continue a marginalizar figuras com forte apoio popular. Para Muchanga, o Presidente precisa compreender que não conseguirá unir Moçambique sozinho, nem rodeado apenas de vozes que lhe aplaudem. “Daniel Chapo nunca conseguirá unir os moçambicanos sem integrar, de forma honesta, as propostas de Venâncio Mondlane. A unidade não se faz com discursos vazios, mas com inclusão real”, concluiu.
As declarações de António Muchanga surgem num momento em que cresce a pressão sobre o novo chefe de Estado para apresentar soluções eficazes aos problemas sociais, económicos e políticos do país. O debate em torno do Diálogo Nacional Inclusivo ganha assim uma nova dimensão, ao colocar em evidência a necessidade de integrar figuras que representam aspirações populares, sob pena de o processo perder credibilidade antes mesmo de arrancar.
Tags
Política
