Daniel Chapo repete erros do passado e mantém ciclo de má governação
O sociólogo Elísio Macamo não poupou críticas ao Presidente da República, Daniel Chapo, acusando-o de apresentar projectos sem substância e de perpetuar a tradição de promessas vazias que há décadas marcam a política moçambicana.
Segundo Macamo, Chapo tem anunciado programas para jovens e lançado slogans como o célebre “Vamos trabalhar”, mas sem indicar onde, como e com que recursos. “Anuncia-se o projecto, fala-se de fundos, mas a execução nunca aparece. Fica-se pelo discurso bonito”, afirmou.
Na análise do académico, esta postura revela que Chapo não possui ainda um verdadeiro projecto de governação, repetindo os mesmos métodos de Filipe Nyusi, Armando Guebuza e até Joaquim Chissano. “Trata-se de uma governação feita de palavras, sem resultados concretos, incapaz de responder às necessidades urgentes do povo”, acusou.
A crítica de Macamo ecoa o sentimento de frustração crescente entre os cidadãos, sobretudo entre os jovens, que continuam a enfrentar desemprego, falta de oportunidades e ausência de políticas sérias de desenvolvimento. Mais uma vez, a promessa de mudança transforma-se em continuidade de um sistema político que beneficia poucos e deixa a maioria na miséria.
Este ciclo de má governação mina a confiança no Estado, alimenta a descrença na democracia e empurra a juventude para a marginalização. Ao insistir em slogans sem acções, Daniel Chapo arrisca-se a ser lembrado como mais um Presidente que desperdiçou a esperança de um país inteiro.