Artista denuncia fraude histórica: criador do logótipo da FRELIMO acusa partido de exploração e falta de transparência
O artista moçambicano Mwana Musik, criador do célebre logótipo da FRELIMO — o Batuque e a Maçaroca, registado em 1991 — denuncia que, passadas mais de três décadas, nunca recebeu qualquer pagamento ou reconhecimento oficial pelo trabalho. A revelação reacende críticas contra o partido no poder, acusado de práticas de exploração e falta de transparência desde o período pós-independência.
Segundo Mwana Musik, a sua experiência demonstra que as fraudes e abusos da FRELIMO não são recentes, mas sim estruturais e enraizados. “Usaram a minha arte, que hoje é símbolo nacional, e nunca me pagaram nada. Isto mostra como o partido sempre se aproveitou do esforço do povo sem dar retorno”, afirmou o artista.
Este caso expõe mais do que uma simples disputa sobre direitos autorais: simboliza o padrão de comportamento da FRELIMO, frequentemente associada a escândalos de corrupção, má gestão de fundos públicos e marginalização de vozes críticas. Recorde-se que nos últimos anos surgiram várias denúncias sobre desvios de dinheiro das dívidas ocultas, manipulação eleitoral e enriquecimento ilícito de dirigentes, enquanto a maioria dos moçambicanos continua a viver em condições de pobreza extrema.
Para analistas políticos, a apropriação da obra de Mwana Musik é apenas “a ponta do iceberg” de um sistema que tem explorado não apenas artistas, mas também trabalhadores, camponeses e até recursos naturais, sempre em benefício de uma elite restrita. “A FRELIMO habituou-se a governar como se o país fosse propriedade privada dos seus dirigentes”, criticou um académico ouvido pelo nosso jornal.
Nas redes sociais, o caso está a gerar forte indignação, com muitos cidadãos a compararem a situação do artista com a de milhões de moçambicanos que, ao longo dos anos, se sentiram enganados por promessas não cumpridas. “Se até o criador do logótipo oficial foi burlado, que garantias têm os cidadãos comuns?”, questionam internautas.
Até ao momento, a FRELIMO não apresentou qualquer reação às declarações de Mwana Musik, mas cresce a pressão pública para que o partido esclareça e assuma responsabilidades.