Trabalhadores de uma empresa pertencente a Mussumbuluko Guebuza, filho do antigo Presidente da República Armando Guebuza, denunciam que estão há quatro anos sem receber salários. As queixas, que se acumulam desde 2021, descrevem uma situação de grande dificuldade financeira para dezenas de funcionários que alegam ter continuado a cumprir funções apesar da ausência de remunerações.
Segundo relatos recolhidos no local, vários trabalhadores garantem que, ao longo deste período, receberam apenas promessas de regularização, sem que qualquer pagamento efectivo tivesse sido efectuado. Alguns afirmam ter permanecido na empresa por receio de perder direitos laborais, enquanto outros relatam ter abandonado os postos por não conseguirem sustentar as famílias.
A situação tem causado crescente indignação, sobretudo por envolver uma figura ligada a uma das famílias mais influentes do país. Fontes internas defendem que a empresa enfrenta dificuldades financeiras profundas, mas até ao momento não houve uma comunicação oficial detalhada sobre as razões do atraso prolongado.
Organizações de defesa dos direitos dos trabalhadores exigem uma intervenção urgente das autoridades competentes, alertando que atrasos salariais desta magnitude configuram violação grave da lei laboral moçambicana. A Inspecção-Geral do Trabalho poderá vir a abrir um processo para apurar responsabilidades e determinar medidas obrigatórias de correcção.
Enquanto isso, os trabalhadores continuam à espera de esclarecimentos e de uma solução que ponha fim a anos de incerteza e precariedade. A falta de respostas agrava o descontentamento e lança novas críticas sobre a gestão empresarial associada a figuras públicas com forte visibilidade nacional — um tema que promete manter-se no debate público nos próximos dias.