Guiné-Bissau: Filipe Nyusi Critica Ação dos Militares e Reafirma Rejeição a Golpes de Estado
O antigo Presidente da República de Moçambique e actual Chefe da Missão de Observação Eleitoral da União Africana, Filipe Nyusi, comentou esta quinta-feira a situação política na Guiné-Bissau, onde um grupo de militares tomou o poder após as eleições gerais.
Em declarações à STV, Nyusi destacou que o processo eleitoral decorreu de forma “ordeira, pacífica e com elevada participação cidadã”, sublinhando que a missão que liderou não registou qualquer irregularidade que pudesse colocar em causa os resultados. Para o antigo Chefe de Estado moçambicano, a intervenção militar não tem justificação possível, uma vez que o país seguia o curso normal da transição democrática.
Nyusi afirmou também não compreender o que terá motivado o golpe, lembrando que os militares não têm legitimidade para substituir a vontade popular expressa nas urnas. Realçou que quaisquer disputas ou inconformidades devem ser resolvidas através dos mecanismos constitucionais, e nunca pela força.
O antigo Presidente reforçou ainda o posicionamento histórico de Moçambique – e da União Africana – contra mudanças inconstitucionais de governo, alertando que golpes de Estado apenas aprofundam a instabilidade, atrasam o desenvolvimento e colocam em risco a segurança dos cidadãos.
Com este pronunciamento, Filipe Nyusi junta-se ao coro de vozes regionais e internacionais que exigem o restabelecimento imediato da ordem constitucional na Guiné-Bissau, enquanto persistem as incertezas sobre os próximos passos dos militares que tomaram o poder.