A Guiné-Bissau entrou oficialmente numa nova fase de instabilidade política. No Estado-Maior General das Forças Armadas realizou-se hoje a cerimónia em que o General Horta N’ta foi empossado como Presidente de Transição, numa investidura conduzida exclusivamente por militares, horas depois do golpe que derrubou o chefe de Estado, Umaro Sissoco Embaló.
Horta N’ta, que até agora exercia funções como chefe do Estado-Maior particular do Presidente deposto, passa a assumir o controlo político do país sob tutela militar, num cenário que evidencia a completa erosão da ordem constitucional.
As chefias castrenses afirmam tratar-se de uma “necessidade nacional”, mas o movimento confirma apenas a profundidade da crise política que o país vem acumulando.
A situação evolui rapidamente e expõe mais uma vez a fragilidade institucional da Guiné-Bissau, agora entregue a um líder escolhido pelos quartéis e não pelas urnas. O desfecho das próximas horas será decisivo para perceber até onde vai este novo ciclo de poder militar.
