Última Hora:Esquadrões da Morte espalham medo em Moçambique

 



Moçambique enfrenta atualmente um dos períodos mais conturbados da sua história recente, caracterizado pela atuação de esquadrões da morte que têm vindo a espalhar-se por todo o território nacional. Estes grupos, alegadamente ligados a setores do aparelho de segurança do Estado, são acusados de recrutar sobretudo jovens, que, segundo informações não confirmadas, seriam a principal força por detrás dos protestos que eclodiram após as eleições de outubro de 2024. Estas eleições, amplamente contestadas, mergulharam o país numa grave crise política e numa onda de violência sem precedentes.

Uma tradição enraizada no contexto político moçambicano

Embora os esquadrões da morte sejam notícia nos dias de hoje, a sua existência em Moçambique remonta a períodos anteriores. Desde a governação de Joaquim Chissano, passando pelos mandatos de Armando Guebuza e Filipe Nyusi, estes grupos foram usados como instrumentos de intimidação e silenciamento de opositores políticos. Historicamente, as suas atividades incluíam eliminar pessoas envolvidas em alegados esquemas de corrupção ou indivíduos que pudessem prejudicar interesses do governo.

Os métodos de atuação incluem abordagens discretas, muitas vezes durante a noite, em zonas remotas como a região de Chinhango, no sul do país. Relatos indicam que membros da oposição, líderes comunitários e figuras críticas do governo foram perseguidos, sequestrados ou mortos, em especial durante períodos eleitorais. Além disso, atos como destruição de arquivos em Maputo e perseguições a familiares de vítimas reforçam o ambiente de medo.

Estas ações têm gerado uma crescente desconfiança na população e aumentam a tensão política e social em Moçambique, num momento em que o país enfrenta desafios significativos para alcançar estabilidade e segurança.


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