ÚLTIMA HORA:ANAMOLA precisa provar que pode fazer diferente – diz Rosário Fernandes”

Rosário Fernandes defende transparência financeira no ANAMOLA e critica modelo de financiamento da FRELIMO

A sustentabilidade financeira do partido ANAMOLA – Aliança Nacional para um Moçambique Livre e Autónomo esteve no centro do debate este domingo, na cidade da Beira, província de Sofala, no âmbito do primeiro Conselho Nacional da organização, que decorre até esta segunda-feira.

O encontro contou com a intervenção do economista Rosário Fernandes, antigo presidente da Autoridade Tributária de Moçambique e recentemente afastado das fileiras da FRELIMO. Fernandes destacou a importância de o novo partido, liderado por Venâncio António Bila Mondlane, construir um modelo financeiro sólido, transparente e credível, que evite práticas obscuras herdadas do passado político do país.

> “O ANAMOLA tem de ser diferente e melhor. Precisa adotar a transparência, a cultura de prestação de contas e recorrer apenas a fontes de financiamento credíveis, passíveis de serem auditadas”, afirmou Fernandes, sublinhando que a credibilidade internacional e nacional dependerá muito da forma como os recursos do partido serão geridos.

Durante a sua intervenção, o economista fez questão de comparar a situação financeira do novo partido com a da FRELIMO, partido do qual foi militante. Fernandes revelou que, ao contrário do que é muitas vezes divulgado, a principal fonte de receitas da FRELIMO não advém das contribuições dos seus membros, mas sim de uma complexa rede de investimentos empresariais.

Segundo ele, essas receitas resultam de negócios “legais ou não”, sustentados por fontes de financiamento nunca tornadas públicas, nem alvo de auditorias independentes. Fernandes frisou que tal prática minou, ao longo dos anos, a confiança dos cidadãos nas instituições políticas e reforçou a perceção de que a vida partidária em Moçambique é financiada por vias pouco claras.

Ao apelar à transparência, o antigo dirigente tributário destacou que o ANAMOLA tem a oportunidade histórica de mostrar ao povo moçambicano que é possível construir um partido sustentado em contribuições honestas, registos financeiros públicos e contas verificadas.

O Conselho Nacional do ANAMOLA prossegue até esta segunda-feira, sendo esperado que desta reunião saiam diretrizes fundamentais sobre a estrutura organizativa e os mecanismos de financiamento do partido, apontado como uma das novas forças políticas que prometem desafiar a hegemonia da FRELIMO no cenário político nacional.

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