Daniel Chapo humilhado no estrangeiro e analistas alertam para o risco de regresso ao monopartidarismo em Moçambique
O Presidente moçambicano, Daniel Chapo, tem sido alvo de críticas contundentes fora do país, onde diversos analistas internacionais e observadores políticos expõem fragilidades na sua liderança e nas políticas do actual Governo. A forma como a governação tem sido conduzida tem alimentado desconfiança e, em paralelo, reforçado o debate sobre o futuro da democracia em Moçambique.
Segundo especialistas, os partidos tradicionais enfrentam um sério desafio de sobrevivência: se não conseguirem modernizar-se e adaptar-se ao novo ritmo imposto pela ascensão de forças políticas emergentes — sobretudo pelo movimento liderado por Venâncio Mondlane (VM7) — correm o risco de desaparecer do mapa político nas próximas duas décadas.
Os analistas sintetizam quatro cenários em que “os outros” ainda depositam alguma confiança:
F: A manutenção de práticas de manipulação eleitoral e o fortalecimento de uma ditadura sob controlo do Comité Central.
P: A expectativa do surgimento de uma nova liderança com capacidade de mobilização comparável ao fenómeno VM7.
R: A urgência em consolidar um processo genuíno de Desarmamento, Desmobilização e Reintegração (DDR), como pilar para a estabilidade nacional.
M: O receio de que Moçambique se transforme num cenário semelhante ao da Beira, onde a oposição conseguiu estabelecer forte domínio político.
Os estudiosos alertam ainda que, sem reformas sérias, o mercado político moçambicano pode voltar a ser monopartidário, como ocorreu nas décadas de 1980 e 1990, período marcado pela hegemonia absoluta da FRELIMO. Durante esses anos, o pluralismo político esteve praticamente ausente, o que limitou a participação democrática e consolidou práticas autoritárias.
O monopartidarismo da época trouxe sérias consequências para o desenvolvimento democrático, restringindo liberdades, criando um ambiente de exclusão e alimentando descontentamento social que mais tarde desaguou em conflitos. Para os analistas, repetir essa experiência seria um retrocesso perigoso e prejudicial para toda a sociedade.
Hoje, com a crescente pressão popular por alternativas e a emergência de novos líderes, a manutenção de um sistema político fechado seria não apenas indesejável, mas insustentável a médio prazo.