O Estado moçambicano sofreu um prejuízo estimado em 725 milhões de meticais (cerca de 10,3 milhões de euros) nos últimos sete anos, resultado do pagamento de salários a mais de 3.200 trabalhadores inexistentes, vulgarmente designados de “funcionários fantasmas”. A informação foi confirmada por uma fonte oficial.
Segundo explicou Biza Novela, directora de Planificação e Cooperação do Ministério da Economia e Finanças, o problema foi identificado através do processo de verificação anual, que exige a apresentação do “comprovativo de vida” por parte dos funcionários de diversos sectores.
“Durante os últimos anos, constatámos que muitos supostos trabalhadores não compareceram para cumprir este procedimento, o que levantou suspeitas e confirmou a existência de milhares de nomes fictícios na folha salarial do Estado”, referiu a responsável.
O caso expõe falhas graves nos mecanismos de controlo da administração pública, revelando como a ausência de fiscalização eficaz permitiu o desvio continuado de fundos públicos. As autoridades afirmam estar a reforçar medidas de auditoria e monitorização, de modo a travar estas práticas que comprometem as finanças do país e minam a confiança dos cidadãos nas instituições.