União Europeia afasta-se de Daniel Chapo em meio a críticas de arrogância e receios de corte de financiamento
A relação entre o Presidente moçambicano, Daniel Chapo, e a União Europeia (UE) parece atravessar um período de tensão. Fontes próximas do círculo diplomático europeu e de membros influentes da FRELIMO revelam que há um distanciamento crescente, motivado por alegações de arrogância na postura do Chefe de Estado.
Segundo informações apuradas, alguns diplomatas europeus já manifestaram reservas em relação ao estilo de governação de Chapo, acusando-o de não demonstrar abertura suficiente ao diálogo e de ignorar conselhos estratégicos que poderiam beneficiar o país. A situação começa a gerar rumores sobre a possibilidade de Moçambique perder apoios financeiros da União Europeia nas próximas eleições, um cenário que, a concretizar-se, poderá fragilizar ainda mais a imagem do actual governo.
Do lado da FRELIMO, também há sinais de desconforto. Membros sénior do partido, que preferiram manter o anonimato, afirmam que Daniel Chapo não tem conseguido unir as várias alas internas e que o seu comportamento tem sido interpretado como centralizador e pouco colaborativo. Alguns dirigentes vão mais longe, alertando que este distanciamento da União Europeia pode enfraquecer não só o governo, mas também a posição da própria FRELIMO no xadrez político nacional.
Especialistas em política e economia recordam que o financiamento europeu tem sido vital para a realização de processos eleitorais mais transparentes e para o apoio a projectos de desenvolvimento em diversas províncias. Uma eventual suspensão ou redução desse apoio poderia comprometer o processo democrático, aumentar as tensões internas e até abrir espaço para maior contestação social.
Enquanto isso, a União Europeia ainda não se pronunciou oficialmente sobre os rumores, mas diplomatas consultados em Maputo sublinham que a cooperação depende sempre do respeito por princípios de boa governação, transparência e abertura política.
O silêncio de Daniel Chapo perante estas acusações tem levantado mais dúvidas do que certezas, alimentando a percepção de que a relação com os parceiros internacionais pode estar a sofrer fissuras num momento em que Moçambique enfrenta enormes desafios económicos e sociais.
